Por: Roberta Marzano |
O fato é que a garantia de continuidade dos negócios não se consiste em apenas recomendar e realizar controles internos, com base no histórico organizacional, a fim de tratar os riscos como era no passado. Atualmente, a capacidade de uma organização sobreviver em meio à competitividade imposta diariamente pela acelerada globalização de mercado, exige que a auditoria não se limite a controles, mas que mantenha o diferencial de agregar, ao conhecimento do histórico organizacional, um eficiente gerenciamento de riscos, que atenda todo o universo dos processos das áreas de negócios da companhia.
Na última década, embora algumas empresas ainda vejam a auditoria interna como despesa de controles de possíveis irregularidades, houve um “amadurecimento” no contexto empresarial e muitas empresas se conscientizaram de que adequar-se ao novo cenário é um desafio para os profissionais da área. Eles devem, inclusive, identificar controles obsoletos e/ou ineficazes, assim como é fundamental as empresas buscarem rentabilidade, diferencial competitivo e estratégias mais eficientes.
A avaliação de riscos em auditoria ou Auditoria Baseada em Riscos (ABR) engloba todos os tipos, pois identifica, mede e prioriza os riscos para possibilitar a focalização nas áreas auditáveis, imprescindíveis para a operacionalidade da organização. Permite ao auditor delinear um programa capaz de testar os controles importantes, profundos ou minuciosos.
Um estudo realizado pelo Instituto de Auditores Internos (The Institute of Internal Auditors), dos Estados Unidos, concluiu que pelo menos um terço dos departamentos (equipes) e serviços de auditoria interna falha na utilização da ABR. Há indícios de que as razões possam ser diversas, como: incompreensão dos conceitos de risco; crença de que a avaliação dos riscos requer especializados conhecimentos e softwares; pouco tempo para o planejamento, devido ao ciclo contínuo das exigências de execução das auditorias; muitos serviços de auditoria interna sentem que a sua ação têm uma dimensão bastante reduzida para utilizar ferramentas de planejamento; os auditores internos sentem que não há harmonia das auditorias de conformidade legal, normativa e financeira com o risco.
A decisão em prevenir riscos futuros requer investimento financeiro para as organizações. O fato é que muitas, ainda, questionam se é válido ou não investir num projeto para algo que possa não ocorrer. A fim de esclarecer a questão, cabe lembrar que a proposta do novo enfoque da auditoria de riscos é de visão holística - prospectiva, ou seja, antecipatória às possíveis situações que definem uma estrutura operacional, que mitigue significativas perdas financeiras às organizações.
Fonte: Portal Auditoria